Nós podemos sim, se fizermos as escolhas certas.... Pensando assim resolvi mostrar pra vocês um trecho de um livro muito bom, “Os sentidos da vida – Uma pausa para pensar”, de um psicanalista e escritor Flávio Gikovate, onde ele analisa as questões psicológicas e éticas que nos envolvem na trama da construção pessoal de nosso caminho, seja no trabalho, no amor e no sexo ou no relacionamento social।
Achei muito interessante essa passagem, e durante a leitura identifiquei várias pessoas do meu convívio, às vezes choro em ver as pessoas sofrerem, elas não conseguem ver além delas mesmas.
O QUE É SER FORTE
O ESPERTO NÃO É FORTE
O essencial do que foi dito até agora pode ser sintetizado assim: com a chegada da adolescência, descobrimos que a vida é uma empreitada bastante difícil, repleta de obstáculos e sofrimentos totalmente inesperados. A infância é, como regra geral, muito mais agradável do que o período que nos espera a partir dos 14, 15 anos de idade. Diante dessa constatação, precisamos tentar ser criaturas muito forte para ter condições de viver de modo agradável e prazeroso. Ou seja, se formos capazes de tolerar bem as dores inevitáveis da vida – e superá-las – poderemos ter bastante tempo e energia para usufruir dos períodos de prazer e alegria que também existem em grande quantidade.
Aquele que ficar atolado nas dores, reclamando e se lamentando, estará perdendo tempo e energia que poderiam ser dedicados aos prazeres. Aquele que ficar acusando terceiros, buscando sempre um culpado para as coisas negativas que acontecem com ele, aquele que se descontrolar e se desesperar diante dos fracassos e dos infortúnios, será o perdedor no jogo da vida. Na realidade é um fraco que não tolera as dores e as frustrações inevitáveis da vida.
Forte não é aquele que grita e esperneia sempre que é contrariado; é o barulhento. Forte é aquele que suporta com dignidade as dores da existência e se recupera mais ou menos rapidamente dos revezes e tropeços que a vida lhe impõe. O forte tolera bem as frustrações e contrariedades; o fraco não só não as tolera como se revolta contra elas, o que é um enorme desgaste de energia e de tempo – principalmente porque as grandes dores porque temos de passar acontecerão independentemente de nossa vontade e sem que possamos fazer nada contra elas. Se as dores são inevitáveis, melhor é suportá-las e superá-las o mais rápido possível.
Uma das principais características daqueles que toleram mal os sofrimentos da vida é tentar evitar as situações capazes de provocar dor e frustrações. Se perceberem que haverá obstáculos na estrada principal pela qual transitam, tentarão atalhos que talvez sejam menos dolorosos. Não raramente se afastam dos seus objetivos, sempre com a intenção de fugir de algum tipo de dor física ou moral. O medo de uma derrota, por exemplo, poderá fazer com que uma pessoa fraca evite a disputa na qual estava empenhada. Encontrará uma desculpa interessante para fazer isso e tentará convencer as outras pessoas de que sua atitude foi a mais adequada. É claro que, no íntimo, essa pessoa sempre sabe qual é a verdade, pois podemos enganar os outros, mas nunca a nós mesmos.
A tendência de fugir dos sofrimentos, tentando atalhos menos dolorosos, pode parecer uma grande esperteza. Parece que a pessoa está usando a inteligência para diminuir as dores, para chegar mais depressa aos objetivos. Não nego que um dos nossos objetivos é sofrer o mínimo necessário. Não tenho nenhuma simpatia por pessoas ou doutrinas que induzam seus seguidores ao sofrimento como parte do caminho para a salvação da alma. Estou me referindo apenas às coisas da Terra e às situações em que o sofrimento é inevitável. Aquele que se julga espeto tenta fugir também dos sofrimentos inevitáveis, o que só é possível à custa de graves prejuízos interiores.
Por exemplo: se um rapaz deseja fazer o curso de medicina mas teme o vestibular, poderá “decidir” por outra carreira cujo exame de admissão seja mais fácil. Vai se arriscar menos e poderá evitar a frustração da reprovação e mais um ano de preparação. Poderá, aos olhos dos outros, estar muito feliz e posar de superior até mesmo diante dos colegas que tentaram medicina mas foram reprovados. O “esperto” desviou-se do obstáculo maior, é verdade; porem foi obrigado a renunciar a um projeto fundamental em sua vida. Abriu mão do primeiro premio e aceitou, ainda jovem, um premio de consolação.
Retirado do Livro: Os sentidos da vida – Uma pausa para pensar, (p.26).
Achei muito interessante essa passagem, e durante a leitura identifiquei várias pessoas do meu convívio, às vezes choro em ver as pessoas sofrerem, elas não conseguem ver além delas mesmas.
O QUE É SER FORTE
O ESPERTO NÃO É FORTE
O essencial do que foi dito até agora pode ser sintetizado assim: com a chegada da adolescência, descobrimos que a vida é uma empreitada bastante difícil, repleta de obstáculos e sofrimentos totalmente inesperados. A infância é, como regra geral, muito mais agradável do que o período que nos espera a partir dos 14, 15 anos de idade. Diante dessa constatação, precisamos tentar ser criaturas muito forte para ter condições de viver de modo agradável e prazeroso. Ou seja, se formos capazes de tolerar bem as dores inevitáveis da vida – e superá-las – poderemos ter bastante tempo e energia para usufruir dos períodos de prazer e alegria que também existem em grande quantidade.
Aquele que ficar atolado nas dores, reclamando e se lamentando, estará perdendo tempo e energia que poderiam ser dedicados aos prazeres. Aquele que ficar acusando terceiros, buscando sempre um culpado para as coisas negativas que acontecem com ele, aquele que se descontrolar e se desesperar diante dos fracassos e dos infortúnios, será o perdedor no jogo da vida. Na realidade é um fraco que não tolera as dores e as frustrações inevitáveis da vida.
Forte não é aquele que grita e esperneia sempre que é contrariado; é o barulhento. Forte é aquele que suporta com dignidade as dores da existência e se recupera mais ou menos rapidamente dos revezes e tropeços que a vida lhe impõe. O forte tolera bem as frustrações e contrariedades; o fraco não só não as tolera como se revolta contra elas, o que é um enorme desgaste de energia e de tempo – principalmente porque as grandes dores porque temos de passar acontecerão independentemente de nossa vontade e sem que possamos fazer nada contra elas. Se as dores são inevitáveis, melhor é suportá-las e superá-las o mais rápido possível.
Uma das principais características daqueles que toleram mal os sofrimentos da vida é tentar evitar as situações capazes de provocar dor e frustrações. Se perceberem que haverá obstáculos na estrada principal pela qual transitam, tentarão atalhos que talvez sejam menos dolorosos. Não raramente se afastam dos seus objetivos, sempre com a intenção de fugir de algum tipo de dor física ou moral. O medo de uma derrota, por exemplo, poderá fazer com que uma pessoa fraca evite a disputa na qual estava empenhada. Encontrará uma desculpa interessante para fazer isso e tentará convencer as outras pessoas de que sua atitude foi a mais adequada. É claro que, no íntimo, essa pessoa sempre sabe qual é a verdade, pois podemos enganar os outros, mas nunca a nós mesmos.
A tendência de fugir dos sofrimentos, tentando atalhos menos dolorosos, pode parecer uma grande esperteza. Parece que a pessoa está usando a inteligência para diminuir as dores, para chegar mais depressa aos objetivos. Não nego que um dos nossos objetivos é sofrer o mínimo necessário. Não tenho nenhuma simpatia por pessoas ou doutrinas que induzam seus seguidores ao sofrimento como parte do caminho para a salvação da alma. Estou me referindo apenas às coisas da Terra e às situações em que o sofrimento é inevitável. Aquele que se julga espeto tenta fugir também dos sofrimentos inevitáveis, o que só é possível à custa de graves prejuízos interiores.
Por exemplo: se um rapaz deseja fazer o curso de medicina mas teme o vestibular, poderá “decidir” por outra carreira cujo exame de admissão seja mais fácil. Vai se arriscar menos e poderá evitar a frustração da reprovação e mais um ano de preparação. Poderá, aos olhos dos outros, estar muito feliz e posar de superior até mesmo diante dos colegas que tentaram medicina mas foram reprovados. O “esperto” desviou-se do obstáculo maior, é verdade; porem foi obrigado a renunciar a um projeto fundamental em sua vida. Abriu mão do primeiro premio e aceitou, ainda jovem, um premio de consolação.
Retirado do Livro: Os sentidos da vida – Uma pausa para pensar, (p.26).